Optometria em Portugal

A optometria em Portugal ainda é uma jovem profissão. Profissão que progressivamente tem ocupado lugar na sociedade Portuguesa. Hoje em dia a palavra optometrista já faz parte do vocabulário de muitos Portugueses. A comunidade médica em geral reconhece efectivamente o valor essencial destes profissionais, nomeadamente a comunidade oftalmológica.

Portugal tem todas as condições para alcançar níveis de qualidade invejável em termos de prestação de cuidados visuais na Europa, e isto pode ser facilmente atingido. Inevitavelmente, sendo os optometristas desenhados para estarem na linha da frente de prestação destes cuidados, torna se imperativo a sua presença na comunidade.

A formação superior em optometria ao longo dos últimos anos tem-se revelado muito superior aos antigos cursos com base em física aplicada. Apesar dos constrangimentos associados ao financiamento do ensino superior, os departamentos de optometria nas duas universidades tem criado condições de formação ímpares, tanto ao nível currículo formativo, como nas condições físicas. O CEORLab na UM ou o CCECV na UBI são exemplos desta melhoria.

Os títulos de mestrado e doutoramento em optometria  já são uma realidade em Portugal, criando condições para aprofundar conhecimento na área. No entanto, os cursos de pós graduação ainda são uma lacuna. O lançamento dos cursos online em terapia visual e contactologia são uma mais-valia no apoio aos optometristas na sua prática clínica diária, e inevitavelmente será o início de muitas outras formações ao nível académico. Baixa visão, retinopatia diabética, glaucoma ou pediatria são exemplos de módulos formativos que as universidades deveriam disponibilizar.

Os estágios deveriam começar nos primeiros anos de formação. Diversos estudos tem demonstrado que quanto maior a componente pratica maior a qualidade formativa. Criar curtos períodos de estágio durante o período escolar ou de férias, incluindo ambiente hospitalar, deveria ser uma prioridade.

A formação continua obrigatória ainda não é uma realidade mas felizmente tende a ser. A actualização de conhecimento deve ser obrigatória e melhores condições para aceder a este conhecimento deve ser disponibilizado. O profissional de Bragança ou de Faro não tem a mesma facilidade comparativamente com quem labora em Lisboa ou Braga. Mecanismos online, formação periódica ao nível regional ou a criação de protocolos para discussão de temas clínicos entre optometristas da mesma área geográfica, teria com certeza significativas vantagens.

As entidades profissionais em Portugal é um tema sensível que levanta muitas discussões. A sua importância é indiscutível e uma análise sobre o assunto requer algumas reflexões. A APLO é a única opção actual e o seu trabalho nos últimos anos tem-se destacado pela positiva.

Actualmente, as máquinas de refracção estão a ser testadas para em breve serem instaladas em centros de saúde, farmácias ou aeroportos. Aparentemente irão substituir o comum teste à visão. Por este e muitos outros factores, uma atitude positiva, participativa e unificadora dos optometristas é urgente.

Outros artigos de interesse:

Estratégia da saúde da visão em Portugal, Dez 2018

Estratégia Anti-Optometria, Jan 2019