A síndrome de olho seco é uma das condições oculares mais frequentemente encontradas na rotina optométrica e esta tendência tende a aumentar. O termo “queratoconjuntivite sicca” é atribuído ao oftalmologista Sueco Henrik SC Sjögren e mais tarde, Andrew De Roetth introduziu o termo “olho seco” como uma condição essencialmente devida a alterações na camada aquosa do filme lacrimal. Actualmente a patologia do olho seco pode ser definida como o resultado de uma complexidade de alterações ao nível ocular e saúde em geral, que resulta numa evaporação excessiva e/ou redução da produção do filme lacrimal.
Os factores que estão mais relacionados com a patologia: a idade avançada, sexo feminino, terapia pós-menopausa, anti-histamínicos, cirurgia Lasik, doença tecido conectivo, entre outros.
Por vezes, os profissionais diagnosticam a condição apenas pela sintomatologia. No entanto, realizando determinados testes resultará num prognóstico e tratamento mais favorável. Actualmente, para além dos clássicos testes NIBUT, BUT e Schirmer, tem sido dado alguma relevância aos sinais de fricção (LIPCOF). O teste de avaliação da osmolaridade do filme lacrimal parece ser o gold standard test mas não está disponível na maioria dos consultórios. A próxima geração de testes deve estar disponível em breve, facilitando o manuseamento da condição.
Assim, a limitação ao acesso à fluoresceína diminuirá inevitavelmente a qualidade do serviço prestado à população. Deixo o apelo para que os optometristas adquirem os produtos através de lojas online.
Tratamento ideal ainda não está disponível e como tal diferentes profissionais usam diferentes terapias. O tratamento mais eficaz deve incluir:
- Prevenção factores externos,
- Restaurar o volume,
- Restaurar a integridade da superfície ocular,
- Restaurar a osmolaridade,
- Aliviar sintomas,
- Modificar a dieta,
A terapia mais comum é a prescrição de lágrimas artificiais e estas estão disponíveis abundantemente e em múltiplas opções no mercado. Não existe o produto ideal mas parece haver algumas preferências: Hycosan, Hylo-forte, Hyabak, Thealoz, Clinitas, Vita-pos/Lacri-Lube, entre outros.
Outra condição frequentemente associada é a disfunção das Glândulas de Meibomius (DGM) provocando alteração no filme lacrimal. O seu tratamento através de higiene palpebral e eyebag é geralmente eficaz e actualmente estão disponíveis outros tratamentos como Blephasteam (Thea), E-Eye (graftonoptical) ou BlephEx (Scope).
Finalmente e como sugestão, apresento alguns questionários úteis para a avaliação e reavaliação do olho seco: