Um relatório publicado por clínicos Portugueses no jornal médico BMJ descreve manifestações oculares em duas crianças, causadas pela infecção por rickettsia conorii.
Rickettsia conorii é uma bactéria que é transmitida pela picada da carraça no ser humano. Esta bactéria habita nas glândulas salivares da carraça e o seu período de incubação é de 3 a 7 dias após a picada. Em Portugal parece haver uma maior incidência de casos no Alentejo e distrito de Bragança.
O primeiro caso descrito neste relatório envolveu uma menina que sofreu perda visual devido a edema macular num dos olhos e após um mês de sintomas de febre e lesões na pele. Três meses após tratamento, recuperou a acuidade visual.
No segundo caso, um menino apresentou perda visual progressiva e bilateral ao longo de dois meses, progredindo para um escotoma central num dos olhos. A criança inicialmente apresentou erupção facial e a mãe pensava que estava associado a queimadura solar. Neste paciente, o exame do fundo ocular revelou edema bilateral do disco óptico, exsudados maculares, descolamento de retina seroso central e degeneração periférica da retina.
Seis meses após o tratamento, a acuidade visual recuperou para 10/10 em ambos os olhos, sem sinais de inflamação.
Os autores deste relatório alertam para que os profissionais de saúde estejam atentos à possibilidade de efeitos oculares após picada de carraça.
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