A optometria e optometristas atingiram a sua visibilidade em Portugal em 2018, obrigando jornalistas e deputados menos familiarizados com estes temas, a melhorar a articulação destas palavras de origem grega. A participação e movimentação ativa do grupo de trabalho liderado por Raúl Sousa foi essencial para esta visibilidade. Não há memória de tanto comentário e alvoroço sobre o profissional optometrista, conduzindo a uma discussão exaltada, mas pouco nobre, por parte de determinadas entidades profissionais.
A reprovação da optometria por outros grupos profissionais não é novidade. Desde longa data que alguns médicos oftalmologistas têm promovido a crítica e a rejeição da profissão através de diferentes canais de comunicação. Mais recentemente, as dirigentes da associação Portuguesa dos ortoptistas (APOR) adotaram a mesma postura com acusações falsas e difamatórias sobre os optometristas em Portugal e no Mundo.
O teor das acusações proferidas ao longo dos últimos meses são inaceitáveis e, na minha opinião, não deixa margens de dúvida para a formalização de queixa crime. A proliferação de falsas informações com consequente alarmismo público por parte destes dirigentes parece inadmissível e é, indiscutivelmente, um péssimo cartão de visita para futuros pareceres.
Várias audições foram realizadas no parlamento no sentido de expor os pontos de vista dos distintos intervenientes sobre o estratégico plano Nacional da visão.
A 3 de Outubro de 2018 a associação profissional de licenciados de optometria (APLO) foi ouvida em audiência em sede de Comissão Parlamentar de Saúde, sobre as consequências da não integração dos optometristas nos cuidados primários para a saúde da visão. É de salientar que nesta audiência não houve lugar para acusar ou faltar ao respeito a outras entidades profissionais.
A 5 de Dezembro de 2018 foram realizadas duas audições: uma pelos ortoptistas, seguido de outra pelos oftalmologistas. Isabel Reich-d’Almeida, Monica Batista e Aldina Reis representaram a APOR e foram ouvidas em audiência em sede de Comissão Parlamentar de Saúde para expor os seus pontos de vista sobre a estratégia nacional sobre a saúde da visão e sobre a “reposição da verdade relativamente a declarações proferidas pela APLO”.

As palavras proferidas por Isabel Reich-d’Almeida sobre os optometristas mostra profunda ignorância ou pior ainda, uma aparente tentativa frustrada de propagar a mentira. Continua o esforço para convencer a opinião publica de que os optometristas não têm formação em saúde e de esta ser igual ou inferior a 3 anos. Quando se refere ao enquadramento da optometria noutros países, como os EUA ou a Inglaterra, revela um total desconhecimento da realidade, numa tentativa bastante maliciosa para denegrir a profissão e, consequentemente, propagar o desrespeito por milhares de optometristas ao nível mundial. Exemplos deturpados, como a referência ao ophtalmic optician e dispensing optician, só mostra a intenção de quem, de forma dissimulada e consciente, pretende causar dano a estes profissionais.
Curiosamente, quando refere que “…trabalhamos sempre em complementaridade com os médicos oftalmologistas quer no privado quer no público…” atesta um certificado de ilegalidade aos seus colegas ortoptistas que trabalham isoladamente em óticas. Neste sentido, as entidades empregadoras devem ter em conta que, supostamente, os ortoptistas não podem trabalhar de forma isolada nas óticas em Portugal.
“As entidades empregadoras devem ter em conta que, supostamente, os ortoptistas não podem trabalhar de forma isolada nas óticas em Portugal “
Ler: Cap. II
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OptoVisionarium, Janeiro 2019
A APOR continua a fazer a sua propaganda anti-optometria, basta ver o programa do proximo congresso!!!
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