Estratégia anti-Optometria, Cap. III – Outubro Vermelho
Desde os primórdios da Universidade do Minho e da Universidade da Beira Interior que o curso de Física – Optometria representa a “nuvem negra” para a prestigiada classe médica Oftalmologia.
O termo certo é de facto “lobbies” da classe médica Oftalmológica que, com os acontecimentos de Outubro, vieram mostrar o lado negro de tão prestigiada classe médica.
Estas ocorrências surgem com a nova liderança da APLO que promove mudança brusca, com nova força, a ressuscitar os ideais académicos implementados por Raul Alberto nos primórdios da APLO.
Se até aqui as anteriores direcções da APLO não conseguiram a regulamentação desejada, onde se protagonizaram alguns dos piores momentos da APLO, caindo num total marasmo repleto de vénias e supostos interesses próprios, com Raul Alberto, o alpinista, a APLO delineou a única trajectória possível – a de chegar ao topo do cume!
As cordas de sustentação da Optometria estão em todo o país, em todas as cidades e praticamente em todos consultórios das ópticas. No entanto, o presidente do Colégio de oftalmologia, Augusto Magalhães, não procurou nem aceitou as recomendações da APLO relativamente a estratégia para os cuidados primários da visão do povo Português.
A 3 de Dezembro, em reunião parlamentar, os partidos da esquerda e direita, nomeadamente o PSD abordaram Augusto Magalhães sobre esta questão e no entanto Augusto Magalhães juntamente com a sua comitiva falou sobre o que não sabia, ao falar sobre os especialistas da visão, segundo ele, mal formados pelas Universidades do Minho e Beira Interior. Ausência de valores de respeito para com os optometristas destes médicos Oftalmologistas com sérias responsabilidades a nível nacional na SPO. Quando falam de físicos especializados em Optometria, estes são reconhecidos por diferentes profissionais incluindo os oftalmologistas, e são reconhecidos a nível nacional e internacional pelos seu trabalho desenvolvido no dia a dia junto da comunidade e nas universidades. No entanto, são reconhecidos por todos os ministérios do governo Português, excepto um – o ministério da saúde!
Se os acontecimentos do final de 2018 não tivessem figurado no plano nacional das eleições da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, o prestigiado e acarinhado oftalmologista José Salgado Borges teria tido grandes probabilidades de ganhar as eleições da SPO frente ao seu rival e colega Falcão Reis.
Augusto Magalhães, o protagonista pelas ameaças políticas ao jovem deputado do partido PAN, exibindo arrogância e desrespeito a um deputado da minoria parlamentar, cidadão português e livre de pensamento nos seus ideais sobre os projectos de lei a apresentar na Assembleia da República. A liberdade de expressão é um DIREITO HUMANO e este jovem deputado foi literalmente rebaixado. Infelizmente mostrou não ter capacidade para continuar como deputado, pois ao contrário daquilo que fez, deveria ter mantido posição firme sobre o seu projecto lei. Portugal precisa de partidos com políticos firmes que não se deixam rebaixar ao primeiro piar dos abutres do alto da montanha. Palavras de ordem: respeito e cavalheirismo. É desta forma que se define a atitude humana entre seres humanos com respeito e cavalheirismo.
Em momento algum se ouviu o prestigiadíssimo presidente da APLO a falar negativamente da Oftalmologia e dos seus súbditos ortoptistas. No entanto, da parte dos responsáveis da Oftalmologia Portuguesa e seus súbditos, verificou-se um discurso reaccionário e ausente de conhecimento e democracia, à margem dos direitos humanos daqueles que trabalham nos cuidados primários da visão, há longas décadas em Portugal, e ao serviço do povo.
E é desta forma que a estratégia de reconhecimento da optometria tem que ser definida da mesma forma que os farmacêuticos ou dentistas, ou seja, tem de ser definida na rua num serviço especializado em consultórios clínicos e reconhecido por todos ministérios!
2018 foi um ano agitado na área e esperemos que 2019 traga a adequada regulamentação. Alguns colegas duvidam dos passos dados pelos mentores deste alvoroço. Se realmente seria o momento mais adequado devido aos actuais líderes? Se era mais favorável dar prioridade à regulamentação e posteriormente lutar pela sua inserção no SNS? Ninguém sabe responder com certezas. O plano foi traçado e esperemos por boas novas para que as condições laborais dos optometristas melhorem e o quadro relativo a Portugal no ECOO blue book fique mais verde!

Para concluir, gostaríamos de fazer algumas sugestões a todos os optometristas de forma a valorizar ainda mais a profissão:
1) Aderir à APLO, única associação profissional capaz de provocar mudança positiva.
2) Aderir a grupos de discussão (ex. Optovisionarium no WhatsApp).
3) Criar modelos de uniformização para encaminhamento entre colegas e médicos.
4) Criar panfletos sobre condições oculares para informar os pacientes.
5) Realizar formação continua e pressionar para que esta seja mais abundante, variada e acessível.
6) Realizar formação académica ao nível mestrado ou cursos de curta duração.
7) Criar bolsa de investigação para projectos que possam evidenciar a necessidade e mais valia da optometria em Portugal (ex: Relatório sobre “Cuidados de Saúde da Visão“).
8) Promover entrevistas, artigos jornal entre outros sobre a optometria e optometristas em Portugal e no Mundo.
Ler: Cap. I
Ler: Cap. II
Artigo escrito com a participação de Pedro Simão
OptoVisionarium, Fevereiro 2019