OCT & Diabetes

Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), a diabetes é um grupo de doenças metabólicas de etiologia múltipla, caracterizada por uma hiperglicemia crónica (aumento de glucose no sangue), com alteração dos metabolismos glucídico, lipídico e proteico, que conduz, ao longo do tempo, a lesões graves no coração, vasos sanguíneos, olhos, rins e nervos. (newsfarma.pt)

A diabetes é uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e amputações de membros inferiores.  

É expectável que até 2050 a prevalência global de diabetes aumente cerca de 60%, resultando num significativo aumento nas despesas de saúde e impacto social.

Em Portugal, foram registados 79 241 novos casos de Diabetes em 2022, estando inscritas nos centros de saúde 879 853 utentes com diagnóstico da doença, totalizando cerca de 8.4% da população, mas excluindo a população que não está diagnosticada. (newsfarma.pt)

No Brasil atinge cerca de 10,2% da população, segundo dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crónicas por Inquérito Telefónico).

Desta forma, cerca de 1 em cada 10 pacientes que entram nos consultórios de optometria, têm um diagnóstico de Diabetes Mellitus e, mais de metade destes pacientes irá desenvolver retinopatia diabética, com um risco de 2 a 5X para desenvolver cataratas, e o dobro do risco para desenvolver glaucoma. Cerca de 1 paciente em cada 15 irá desenvolver edema macular diabético durante a sua vida, com o risco acrescido de desenvolver glaucoma neovascular e/ou descolamento de retina. (nei.nih.gov)

Como é que o OCT pode ajudar em pacientes diabéticos?

O rastreio da retinopatia diabética utiliza uma imagem da superfície do fundo do olho, para classificar a ausência ou presença de achados oculares e assim classificar a doença. No entanto, o rastreio não inclui outro tipo de avaliação ocular com a lâmpada de fenda, e na maioria dos sistemas de saúde pública, o rastreio não inclui toda a população diabética, assim como, a frequência do rastreio pode não ser o mais seguro e adequado.

No caso de facultar uma consulta com imagem de OCT, não apenas poderá despistar outras anomalias oculares, como poderá diagnosticar com precisão alterações maculares compatíveis com edema diabético. As imagens podem ser usadas como uma ferramenta bastante útil, de forma a explicar e elucidar os pacientes da sua condição clínica. Desta forma, oferecemos mais informação e aconselhamento aos doentes, para que possam controlar melhor a sua doença.

Para além da vantagem de podermos usar a imagem para elucidar os nossos pacientes, podemos comparar medições minuciosas das estruturas da retina ao longo do tempo, de uma forma rápida e não invasiva (sem dilatação pupilar), despistando possíveis alterações patológicas.

Todos os estudos publicados são unânimes em afirmar que uma avaliação de OCT tridimensional, juntamente com uma imagem do fundo do olho, fornece os melhores resultados para a deteção e classificação de retinopatia diabética, comparativamente com uma imagem bidimensional da retina sem imagem de OCT.

O futuro da Optometria passa por incluir equipamento sofisticado como o OCT, com um valor inigualável no conjunto de testes oferecidos no consultório.

Optovisionarium, 2023

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